FAMÍLIA

                                                                         EDUCAÇÃO NAS FAMILIAS CRISTÃS

                       “Compreendo, facilmente, - escreve Santa Teresinha -, que se fosse educada por pais sem virtude, com este gênio, teria sido de certo, muito má, e posto talvez em sério perigo a minha salvação eterna”. (Hist. de uma Alma, pág. 42)
                         “Se fosse educada por pais sem virtude!” Quantos pais há, e quantos educadores, mesmo bons, que se deixam iludir pelas perigosas teorias educacionais “modernas”, baseadas sobre o mal interpretado naturalismo de Rousseau”.
                          Eu não me cansarei de repetir - escreve este - , que todas as lições devem inculcar-se nos jovens, mais pela ação do que por palavras.
                         Que não aprendam nos livros aquilo que possa ser ensinado pela experiência (Cit. Em Paul Monroe, Hist. da Educação, pág. 291)
Paul Monroe, na sua História da Educação (pág. 291), afirma que “Rosseau” estava longe de pregar a doutrina perigosa, de que se deve aprender a evitar o mal, pela experiência de suas conseqüências. Mas é que ele levou suas teorias tão pertinho desse perigo que seus leitores e discípulos acabaram mesmo caindo nele.
            “Não há conhecimento ético - afirma o autor “Emilio” - que não possa ser adquirido pela experiência de outros, ou pela nossa própria experiência.     Quando seja perigosa, em vez de nós mesmos a realizarmos, aproveitamo-las nas lições da historia”.      Estas palavras, porém, chegam tarde demais, para neutralizar o efeito do principio, incansavelmente repetido: “Não aprendam nos livros, aquilo que possa ser ensinado pela experiência”.
            Teresa do Menino Jesus nos explica a superioridade do método preventivo como exemplo simples e claro: “faça de conta, que o filho de um hábil médico tropeça no caminho numa pedra que o faz cair e na queda quebra algum membro. Acode pressuroso o pai, levanta-o com amor, cura-lhe as feridas, lançando mão de todos os recursos da ciência, e o filho em breve de todo restabelecido, testemunha - lhe a sua gratidão. Com razão, há de este filho amar um pai tão dedicado, isto não há  dúvida”.
            “Vamos ver a outra suposição: informado o pai de que se acha um tropeço perigoso no caminho por onde há de passar o filho, toma-lhe a dianteira e vai remover a pedra sem que ninguém  o veja”.
            É naturalmente, de prever que este filho, objeto de sua previdente ternura, ignorando a gratidão paterna que lhe preservou de uma desgraça, não lhe manifestará nenhum agradecimento, e sentirá menos do que se o tivesse curado de uma ferida mortal.
            Se, porém, tiver conhecimento de tudo o que se passou, não é verdade que o seu amor crescerá de pronto? (Hist. de uma Alma, pág. 91-92).
            De pronto também crescem os encantos, a dignidade, a formosura, e a perfeição das almas inocentes. As vítimas que o povo da antiga lei oferecia a Deus, haviam de ser imaculadas, sem manchas, as melhores do rebanho. O Sacerdote, unido a Jesus Cristo, “Sacerdote e Vitima”, é a vitima que os povos da nova lei oferecem a Deus.
            A maior preocupação de uma família que cuide de ter em seu seio uma vocação sacerdotal ou religiosa, será a de guardá-la imaculada, sem mancha, resguardada das más companhias e dos maus exemplos. E o mesmo cuidado há de ter a sociedade, não permitindo que a escola, o cinema, ou a rua, em que necessariamente transitamos, possa oferecer tropeço às almas inocentes.(livro -escritos espirituais)